
Na França, o atual presidente, Emmanuel Macron, do Partido República em Marcha, e a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, vão para o segundo turno da eleição presidencial francesa, de acordo com as primeiras apurações divulgadas na noite (horário local) deste domingo (10).
Macron já havia enfrentado a chefe do partido Reunião Nacional na reta final em 2017, quando foi eleito pela primeira vez.
O presidente conquistou entre 27,6% e 29,7% dos votos, enquanto Le Pen reuniu entre 23,5% e 24,7%, de acordo com as primeiras estimativas.
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O início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro ofuscou a campanha eleitoral francesa, mas o impacto da guerra nos preços, principalmente no setor da energia, deu novo fôlego à corrida eleitoral, reforçando as críticas da população sobre a queda do poder aquisitivo.
Macron praticamente não fez campanha e participou de apenas um grande comício, apostando em seu balanço nos últimos cinco anos. O chefe de Estado também se beneficiou de seu protagonismo no âmbito europeu, já que a França está à frente da presidência rotativa da União Europeia.
Já Marine Le Pen, que tradicionalmente tinha na luta contra a imigração sua principal bandeira, se apresentou nesta campanha principalmente como uma defensora do poder aquisitivo e das classes populares.
Mélenchon
O líder de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, ficou em terceiro lugar com entre 19,8 e 20,8% dos votos, seguido do outro candidato da extrema direita, Eric Zemmour, com entre 6,5% e 7,1%. O ecologista Yannick Jadot teve entre 4,4% e 5% e Valérie Pécresse, da direita tradicional, vem logo depois, acumulando entre 4,3% e 5% dos votos.
A líder da extrema direita conseguiu diminuir a diferença das pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas, mas Macron aparece como favorito desde o início da campanha.
Taxas de abstenção
Quase 49 milhões de eleitores foram convocados para participar do pleito neste domingo. Mas como o voto não é obrigatório e as pesquisas vinham mostrando um desinteresse da população pela eleição, a taxa de abstenção era uma das grandes incógnitas.
Às 19h pelo horário de Paris (14h em Brasília), uma hora antes do fechamento das últimas urnas, as primeiras estimativas estavam entre 25% e 26,5% não votaram neste primeiro turno. A taxa é superior aos 22,23% de 2017, mas não atingiu o recorde de 28,4% de 2002.
O segundo turno da eleição presidencial francesa acontece em 24 de abril.