
Forças separatistas pró-Rússia podem lançar ataques direcionados à cidade ucraniana de Mariupol, um importante porto no Mar de Azov (que banha tanto a Ucrânia quanto a Rússia), a menos que as forças ucranianas se rendam, publicou a agência de notícias Interfax, citando o comandante separatista de Donetsk, Eduard Basurin, nesta quinta-feira (3).
Em um pronunciamento por vídeo, o presidente Volodymyr Zelensky reconheceu que as forças russas obtiveram ganhos em algumas partes do país, mas disse que não seriam duradouros. “Tenho certeza disso: se eles entraram em algum lugar, foi apenas temporariamente”, disse Zelensky. “Nós vamos expulsá-los. Com vergonha”.
A Rússia e os separatistas dizem ter cercado a cidade de 430 mil habitantes. O cerco faria parte da nova estratégia do Kremlin, de realizar uma invasão militar mais longa, dura e destrutiva na Ucrânia.
Importante centro industrial, Mariupol sempre teve um papel significativo na economia ucraniana e foi o centro de uma intensa disputa no começo da Guerra de Dombas, em 2014 – quando chegou a ficar sob o controle dos separatistas de Donetsk até ser recuperada pelo governo central ucraniano.
Oitavo dia
Tropas russas circularam no centro do porto ucraniano de Kherson, nesta quinta-feira, após um dia de reivindicações conflitantes sobre se Moscou havia capturado ou não um grande centro urbano ucraniano, pela primeira vez após o início de sua invasão, em 24 de feveiro, há oito dias.
O Ministério da Defesa da Rússia disse, na quarta-feira, que controlava Kherson, mas um assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky respondeu que as forças ucranianas continuavam a defender o porto do Mar Negro.
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“Somos um povo que quebrou os planos do inimigo em uma semana”, disse Zelensky em um discurso em vídeo. “Esses planos levaram anos para serem escritos – eles são mesquinhos, com ódio ao nosso país, ao nosso povo”.
Negociações
Uma delegação ucraniana partiu para uma nova rodada de negociações com autoridades russas sobre um cessar-fogo, segundo informou o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, à Reuters.
Até o momento, na guerra, mais de um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia, em meio ao maior ataque a um estado europeu desde 1945.
Com informações da Reuters