
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, Lula (PT) enfatizou a necessidade de a América Latina se unir em torno de um projeto de paz e criticou a guerra da Rússia na Ucrânia. O petista foi recebido na última segunda-feira (28) pelo ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, que publicou fotos com o brasileiro nas redes sociais.
“Precisamos trabalhar em um mundo de cooperação, equilíbrio e paz, com instituições internacionais representativas e eficazes. Os problemas ambientais, especialmente o aquecimento global, a pandemia e as desigualdades brutais dentro e entre países, exigem uma profunda reforma da governança global. A América Latina deve estar unida neste esforço por um mundo que quer a paz e não pode mais suportar a guerra”, disse.
Nesta terça, o petista tem encontro marcado com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador. Ao jornal, Lula disse, ainda, da tristeza que sente ao ver a destruição que o governo de Jair Bolsonaro (PL) tem promovido no Brasil.
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“O Brasil está sendo destruído. As pessoas estão empobrecidas… Temos 116 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar, o Brasil voltou ao mapa da fome. Temos um governo que não governa de verdade, que foca na mentira e não respeita absolutamente nada. Não respeita indígenas, negros, mulheres… e trata governadores e prefeitos como inimigos. Esse governo desastroso, que é resultado direto do sentimento antipolítico de que as elites, com a ajuda dos setores da mídia, plantadas no Brasil, serão derrotadas este ano nas urnas”, disse.
Indagado se já se vê como presidente, Lula disse que tomará a decisão oficial sobre a candidatura ao voltar do México e elogiou o governo de AMLO, como é conhecido o mandatário mexicano.
“Tenho muitos amigos no México, que vive um momento importante com o governo progressista de Andrés Manuel López Obrador, o popular AMLO. A relação entre Brasil e México é importante por vários motivos, a começar pelo fato de serem os dois maiores países da América Latina”, disse ressaltando que Obrador conseguiu afirmar a autonomia do México sem criar antagonismos, contribuindo para uma relação mais equilibrada em nosso continente, essencial para o desenvolvimento latino-americano.
Por Plinio Teodoro na Revista Fórum