
Aliados de Lula (PT) descrevem a expressão do ex-presidente em relação a Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 como “pé no chão”. Mesmo à frente em todas as pesquisas de intenções de voto, o petista diz que uma eleição difícil o aguarda e que é preciso tratar como “certa” uma recuperação do adversário nos próximos meses.
Reportagem do jornalismo Bruno Boghossian na “Folha de S. Paulo” afirma que a preocupação de petistas em relação ao atual presidente é a estabilidade dos índices de aprovação ao governo, já que um possível alívio na economia deve amenizar a rejeição de Bolsonaro.
Aliados de Lula avaliam que os números de Bolsonaro pararam de cair no momento em que ele toma fôlego com o Auxílio Brasil, a ampliação de outras despesas e a desaceleração da curva da inflação.
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Lula também disse observar uma característica do eleitorado bolsonarista que beneficiará o capitão ao longo da disputa. Para o petista, o presidente conseguiu manter apoio firme de uma fatia da população mesmo nos piores momentos do mandato – o que sugere a existência de um núcleo que dificilmente fugirá em direção a outros candidatos, como o ex-juiz Sergio Moro.
O quartel-general do PT também faz as contas do impacto que deve ter a operação de Bolsonaro nas redes. Segundo aliados de Lula, a máquina virtual já demonstrou ser uma ferramenta eficiente para reforçar o vínculo do presidente com seus simpatizantes e ampliar o antipetismo.
Articuladores políticos de Lula reconhecem que o petista se protegeu até a etapa atual da pré-campanha e aproveitou para crescer num ambiente de fragilidade de seus adversários. Mesmo os mais confiantes aliados do ex-presidente afirmam que a disputa será bem mais apertada do que o confortável cenário de hoje.
Por Carolina Fortes na Revista Fórum