
Sebastião Carlos dos Santos, mais conhecido como Tião Santos, se dedica, há mais de uma década, a contar ao mundo as dores e as lutas de Jardim Gramacho, comunidade de Duque de Caxias (RJ), onde cresceu catando materiais recicláveis junto com a mãe e os irmãos. Ele se filiou ao PSB no fim de 2021 com o desejo de contribuir ainda mais na luta pela inclusão social de catadores, pobres, negros e moradores da periferia, além da transformação dos lixões em uma cadeia produtiva de reciclagem sustentável.
Tião Santos chamou a atenção do mundo depois de se tornar protagonista do filme “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2011. Foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de marcas importantes. Passou a dar aulas e palestras. Mas, nunca deixou de defender os direitos dos catadores e dos moradores do seu bairro à frente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.
Para Tião Santos, “ser socialista no tempo de hoje é entender de fato quais são os anseios da sociedade e trabalhar para atendê-los. Socialismo tem a ver com o servir a sociedade e não servir a um partido”, afirma. “O país que eu sonho é um país que dá oportunidade ao jovem negro de sonhar em ser alguém, de ter o direito de sonhar, de ter o direito a ter direito”.
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Confirma trechos de entrevista com o socialista:
O que o trouxe para o PSB?
Primeiramente a valorização e o reconhecimento que o partido tem pelo trabalho dos catadores de materiais recicláveis. O que me trouxe ao PSB são certas bandeiras que o partido leva, as quais acredito e defendo, como a visão de futuro de uma esquerda que atenda as demandas sociais, além da possibilidade da construção de uma federação partidária.
Quais as causas pelas quais você luta?
Sou um cara negro, jovem, morador da periferia, catador de material reciclável da terceira geração. No PSB, quero lutar para a construção de políticas públicas voltadas à inclusão social dos catadores, que prestam um serviço ambiental fundamental na destinação correta dos resíduos recicláveis produzidos pela sociedade. Me preocupo com a construção de uma política pública que atenda a demanda de catadores, tendo em vista a necessidade da erradicação dos lixões, mas visando a inclusão social de milhares de trabalhadores desses locais. A maioria dos catadores de materiais recicláveis são negros, como eu. São mulheres negras, com pouco grau de estudo, com três, quatro filhos para criar, e que tem nos lixões o único sustento da família. São causas que precisam ser colocadas por uma sociedade que se pretenda justa e igualitária.
O que significa ser socialista no tempo presente?
Ser socialista no tempo de hoje é entender de fato quais são os anseios da sociedade e atendê-los. Socialismo tem a ver com o servir à sociedade e não servir a um partido. Ser socialista é trabalhar para transformar esses anseios em políticas públicas que atendam essa demanda. Isso é ser socialista, isso é ser de esquerda, para mim.
Qual é o país com o qual você sonha?
O país que eu sonho é um país onde os catadores de materiais recicláveis sejam reconhecidos e valorizados pelo importante serviço que prestam à sociedade. O país que eu sonho é um país que dá oportunidade ao jovem negro de sonhar em ser alguém, de ter o direito de sonhar, de ter o direito a ter direito. O país que eu sonnho é o país onde o jovem negro de periferia tem acesso à educação, ao lazer, à cultura, à arte, ao desenvolvimento social e econômico, à qualidade de vida. O país que sonho é um país sem lixões, sem pobreza. Um país onde a coleta seletiva seja mecanismo digno de geração de trabalho e renda, de inclusão social e proteção ambiental para um mundo mais sustentável.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional com informações do PSB-RJ