
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o dinheiro do orçamento secreto, controlado em grande parte por ele mesmo. Criticou o fato de as emendas de relator serem chamadas de orçamento secreto.
Criado no governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o orçamento secreto é marcado por falta de transparência e suspeitas de compra de apoio político. Ainda assim, Lira afirma que “demonizar” a distribuição possivelmente arbitrária é um “retrocesso”.
Porém, Lira disse que é necessário resolver com o Supremo Tribunal Federal (STF) até o dia 3 de dezembro, como ficará o orçamento. Caso contrário, todo o saldo financeiro voltará para o governo federal. A execução das emendas foi suspensa pelo STF justamente pela falta de transparência em sua distribuição.
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“Demonizar as emendas do relator é trazer um retrocesso, porque vamos perder emendas que seriam destinadas a hospitais filantrópicos, escolas, creches, máquinas agrícolas e qualquer benefício que vá para os menores municípios”, pontuou Lira, em entrevista à GloboNews.
“É muito ruim quando a gente trata as coisas por apelidos. O orçamento não é secreto, isso é uma inverdade que machuca a execução de um orçamento que cuida de mudar sempre a vida das pessoas que mais precisam”, alegou.
Lira defende seu poder
O presidente da Câmara não tem nenhuma intenção de perder o poder que tem sobre o orçamento secreto.
No dia seguinte à suspensão dos pagamentos das emendas de relator pelo STF, um projeto de resolução feito pela Mesa Diretora da Câmara circulava nas mãos dos parlamentares da Casa, de acordo com a Folha de S.Paulo.
O projeto trata apenas de mudanças sobre a transparência no pagamento das emendas com regras que só valeriam a partir da aprovação da proposta.
Com informações do Metrópoles