
Os primeiros resultados de uma pesquisa interna realizada pelo Twitter em sete países revelam que o algoritmo da plataforma favorece mais políticos e organizações de direita do que de esquerda. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (22).
Os países avaliados no estudo são Alemanha, Canadá, França, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
“Analisamos milhões de tuítes de pessoas eleitas nesses países entre 1º de abril e 15 de agosto de 2020. Os analistas usaram esses dados para verificar quais tuítes foram amplificados no fluxo das notícias quando é escolhido o feed que mostra o algoritmo em relação ao cronológico”, diz o estudo, de acordo com informações do Opera Mundi.
O estudo comparou duas maneiras pelas quais o usuário pode visualizar sua linha do tempo no Twitter.
A primeira usa um algoritmo para fornecer uma visão personalizada dos tuítes nos quais o usuário pode estar interessado, com base nas contas com as quais ele mais interage e em outros fatores. A segunda é a linha do tempo mais “tradicional”, em que o usuário lê as postagens mais recentes em ordem cronológica inversa.
Os dois tipos de cronograma foram comparados, considerando se alguns políticos, partidos políticos ou veículos de notícias eram mais ampliados do que outros.
Parar chegar ao resultado, foram analisados milhões de tuítes de autoridades eleitas entre 1º de abril e 15 de agosto de 2020 e centenas de milhões de tuítes de organizações de notícias, principalmente nos Estados Unidos, no mesmo período.
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Apenas na Alemanha o estudo concluiu que não houve esse favorecimento do algoritmo para postagens de direita.
Nos outros seis, “os tuítes das contas da direita política receberam uma amplificação algorítmica maior do que da esquerda, se estudados como grupos”, ressalta a rede social.
Nesta base, a maior discrepância entre direita e esquerda estava no Canadá (liberais 43%; conservadores 167%), seguido pelo Reino Unido (trabalhista 112%; conservadores 176%). Mesmo excluindo altos funcionários do governo, os resultados foram semelhantes, disse o documento.
Segundo a plataforma, essa amplificação não “é problemática em si”, mas não se sabe ainda “o que causou esse desequilíbrio”.
O Twitter diz ainda que o código não dá impulso ao que o usuário informou não querer ver. Caso contrário, isso seria um problema na construção do algoritmo em si. Agora, os profissionais também vão fazer parcerias externas para tentar entender o que causa esse comportamento preferencial.
A plataforma também disse que disponibilizaria sua pesquisa para terceiros, mas disse que as preocupações com a privacidade a impedem de disponibilizar os “dados brutos”.