
Por Henrique Rodrigues
O preço médio na gasolina no Brasil bateu recorde esta semana e já o maior registrado na história: R$ 6,45. Há postos de três estados cobrando mais de R$ 7 no litro do combustível. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O aumento, só de janeiro a julho deste ano, foi de 27,51%, muito acima da inflação, que ficou em 4,76% no mesmo período.
Ao atrelar o valor do barril de petróleo ao dólar, medida tomada pela Petrobras em 2016, durante o governo de Michel Temer, deixando o produto sujeito às cotações do mercado internacional, uma tempestade perfeita se formou a partir da chegada da pandemia e do desastre das políticas econômicas da gestão Bolsonaro.
Com a disparada do dólar, a escassez do petróleo no mercado por conta da redução na produção, já que não havia demanda, e a consequente perda no poder de compra dos brasileiros, que empobreceram, comprar gasolina tornou-se muito caro por aqui.
A internet, que não perdoa, não deixou barato e recuperou um vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, de 2016, no qual o parlamentar, num posto nos EUA, junto com uma mulher identificada como Karol Eller, protesta contra os preços “altos” da gasolina durante o governo Dilma, quando o combustível custava em torno de R$ 2,50. Veja:
Inflação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira (25) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15 (IPCA-15) de agosto que ficou em 0,89%, ficando com 0,17 ponto percentual acima da taxa de julho (0,72).
De acordo com o IBGE, essa é a maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1%.
O índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23%.
O IPCA-15 Amplo é considerado uma prévia da inflação oficial.
Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta de preços em agosto: o maior impacto (0,31 p.p) e a maior variação (1,97%) vieram da habitação.
Em seguida, o maior impacto no custo de vida dos brasileiros veio com os transportes com variação de 1,11%, próxima do mês anterior, que ficou em 1,07%.
O setor de alimentação e bebidas teve variação de 1,02%, ficando acima do registra em julho: 0,49%.