por: Revista Fórum Postado em: 28/08/2021 - 10:02 Atualizado em: 28/08/2021 - 10:03
Por Plinio Teodoro
Uma banca de 13 pessoas, todas brancas, rejeitou no dia 11 de agosto o nome do professor negro Wallace de Moraes, do departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) para um posto na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Wallace, que integra o Grupo de Pesquisa CPDEL Decolonial libertário antirracista da universidade, ainda teria ouvido de Josué Medeiros, também docente do instituto, que não poderia compor a banca que avalia novos professores para o departamento por “constantemente se vitimizar por ser negro” e ter desequilíbrios emocionais.
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“Aguardando como a universidade majoritariamente branca, ocidentalizada e racista vai defender um dos seus. Racismo não se tolera, se combate”, publicou Moraes no Twitter, após pedir investigação à UFRJ e anunciar ação contra Medeiros na Justiça Criminal.
O Coletivo de Docentes Negras e Negros da UFRJ manifestou publicamente solidariedade ao professor Wallace dos Santos de Moraes e solicitou providências da Universidade para apuração de fatos envolvendo situação de discriminação racial quanto à participação do mesmo em comissão julgadora do concurso para provimento de vaga de professor adjunto do referido Departamento regido pelo Edital UFRJ nº 953, de 20 de dezembro de 2019 MC 064.
Em nota, Coletivo de Docentes Negras e Negros da UFRJ afirma que “cinco membros do Departamento indicaram o prof. Wallace para participar como membro da unidade da UFRJ na banca de seleção do certame” e que durante a avaliação, Josué Medeiros teria alegado que ele não teria “qualidades” para exercer a função.
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“Assim, atribuiu ao professor a condição de ‘brigão, desequilibrado, sem condições emocionais, e que constantemente se vitimizava por ser negro’”, diz a nota (leia a íntegra).
Em nota enviada ao portal Uol, os professores Thais Aguiar, Pedro Lima e Josué Medeiros disseram: “O Departamento de Ciência Política repudia o racismo em todas as suas formas. O episódio será apurado dentro da legalidade e devidamente elucidado à sociedade”.
