
Os EUA estão fazendo da China um “inimigo imaginário”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da China Xie Feng, na manhã desta segunda-feira (26), durante conversas bilaterais de alto nível, citado pela agência britânica Reuters.
“Os Estados Unidos querem reacender o sentido de propósito nacional estabelecendo a China como um ‘inimigo imaginário'”.
Xie Feng
O diplomata chinês fez esta declaração enquanto conversava pessoalmente com vice-secretária de Estado dos EUA Wendy Sherman, na cidade de Tianjin, na China. Wendy também visitou o Japão, Coreia do Sul e Mongólia na última semana.
Segundo Xie, o governo e a sociedade dos EUA se mobilizaram para reprimir a China.
“Como se, uma vez suprimido o desenvolvimento da China, os problemas internos e externos dos EUA fossem resolvidos e a América fosse grande novamente e a hegemonia dos Estados Unidos pudesse continuar”.
Xie Feng
O diálogo aconteceu em um dos encontros da diplomata estadunidense, que ainda vai falar na segunda-feira (26) com o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês Wang Yi. A administração dos EUA referiu que Sherman indicaria uma aceitação da competição por parte de Washington, mas também insistiria na igualdade de condições e garantias para evitar conflitos. Ao mesmo tempo, Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado estadunidense, disse que ela partiria “de uma posição de força”.
No sábado (24), Wang indicou que Pequim não aceitaria uma tomada de posição “superior” por parte de Washington.
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O primeiro encontro diplomático entre a China e os EUA sob administração do presidente estadunidense Joe Biden ocorreu em março em Anchorage, Alasca, EUA. Nele, o tema principal foi a cooperação climática, mas também ocorreram acusações mútuas por parte dos dois países.
China é desafio geopolítico para os EUA
O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) William Burns afirmou na quinta-feira (22), em entrevista à organização NPR, que os EUA estão estudando a possibilidade de colocar em posições avançadas especialistas em China, a fim de competir mais eficazmente com Pequim.
“Durante a Guerra Fria, tanto no Departamento de Estado como na CIA, nós enviamos corretamente para posições avançadas especialistas em União Soviética para nos ajudarem a competir eficazmente. Penso que o mesmo se aplica [aqui], e esta é uma das coisas que estou analisando agora para implantar especialistas em China em posições avançadas – sejam eles agentes de operações, analistas, tecnólogos também – para nos tornar mais eficazes nessa competição, nessa rivalidade no terreno também”.
William Burns
Burns disse que a China é o maior desafio geopolítico para os EUA no século XXI, e que o setor da tecnologia é a maior área de competição entre os dois países. Além do mais, o diretor da CIA afirmou que os EUA se conformaram com o fato de que já não são o “único rapagão” no bloco geopolítico.
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As capacidades avançadas de vigilância técnica da China, tais como as cidades inteligentes, tornaram muito mais complicada a tarefa de se manter à frente do serviço de inteligência chinês e realizar espionagem no exterior. Segundo Burns, em resposta a CIA deve igualmente transformar suas técnicas, métodos e tecnologias usadas na espionagem moderna.
Com informações do site Sputnik News