
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) rebate as reportagens de Juliana Dal Piva, do Uol, que aponta que no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro havia esquema de devolução de salários de assessores no período compreendido entre 1991 e 2018, durante seus mandatos de deputado federal.
De acordo com a Secom, foi construída uma narrativa com divulgação de trechos sem contextualização cronológica, que “parecem ter como intuito induzir o leitor/expectador (sic) a conclusões precipitadas por carecer de contexto”.
A reportagem mostra que Bolsonaro não só integrava o esquema como cobrava diretamente a devolução dos salários dos assessores de seu gabinete. Segundo Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, o então deputado federal demitiu o irmão dela porque ele não estaria cumprindo o combinado de devolver o valor acertado.
Nota da Secom sobre ‘rachadinhas’
“Considerando que não tivemos acesso à íntegra das gravações divulgadas pelo UOL, mas apenas a trechos fora de contexto, sem mais informações sobre data e hora, não há como nos manifestar. A construção da narrativa, tal qual feita pelo UOL, por meio da divulgação de trechos sem contextualização cronológica parecem ter como intuito induzir o leitor/expectador (sic) a conclusões precipitadas por carecer de contexto.“
SECOM/PR
Senador quer instalar CPI das Rachadinhas
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou que vai protocolar até o fim do dia desta segunda um pedido para a instalação de uma CPI da Rachadinha no Senado.
“Os fatos são gravíssimos e exigem apuração. O Senado tem legitimidade e estatura para fazer essa investigação, mesmo em um momento tão difícil da nossa história.”
Alessandro Vieira
Ex-cunhada pode ser convocada pela CPI da Pandemia
Nesta segunda, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também disse que vai solicitar a convocação de Andrea Siqueira Valle para que ela preste um depoimento à CPI da Pandemia no Senado.
Em uma das gravações, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle afirma que Bolsonaro demitiu o irmão dela porque ele se recusou a devolver a maior parte do salário como assessor.
“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’.
Em outra gravação, a ex-cunhada do presidente diz que um coronel da reserva do Exército, ex-colega do presidente na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), atuou no recolhimento de salários dela , no período em que constava como assessora do antigo gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
Procurado pelo Uol, o advogado Frederick Wassef afirmou que o presidente Jair Bolsonaro jamais cometeu tais ilegalidades.
Com informações do G1 e do Uol