
O número de brasileiros desempregados atingiu o recorde negativo de 14,4 milhões de pessoas. O Brasil perdeu 7,8 milhões de postos de trabalho em um ano de pandemia da Covid-19. Os números são os piores desde 2012 e compõem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) divulgada nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para análise, o IBGE considerou o trimestre móvel de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021. A Pnad Contínua leva em conta tanto números do mercado de trabalho formal, quanto do informal.
Uma vez que a divulgação ocorre trimestralmente, é possível acompanhar a evolução dos índices de maneira mais precisa. Além do recorde da série histórica, a análise do mercado de trabalho brasileiro no ano de pandemia mostra uma crescente na escassez de fonte de renda da população.
Em comparação com o trimestre anterior ao da pesquisa divulgada, por exemplo, 400 mil perssoas perderam o emprego. Já em comparação com o primeiro trimestre de 2020, a alta final foi de 2,7%. Naquele momento o Brasil registrava uma taxa de desemprego de 11,6%, algo já considerado alto pelos economistas.
Mais pessoas trabalham por conta própria
Enquanto o contingente de pessoas empregadas caiu, o percentual de brasileiros trabalhando por conta própria aumentou. O crescimento foi de 3,1% e chegou a 23,7 milhões de brasileiros em comparação ao trimestre encerrado em novembro.
Isso significa 716 pessoas a mais tendo que “dar um jeito” para incrementar a renda.
Enquanto isso, a taxa de informalidade entre a população ocupada foi de 39,6%, ou seja, 34,0 milhões de brasileiros se declararam trabalhadores informais. No trimestre imediatamente anterior, a taxa era de 39,1%, enquanto que no mesmo trimestre de 2020, era de 40,6%.
Seis milhões de brasileiros desalentados
Outro recorde negativo da série histórica da Pnad Contínua divulgada nesta sexta-feira são os seis milhões de brasileiros com idade de trabalhar, isto é, acima dos 14 anos, desempregados que desistiram de procurar ocupação. São os chamados desalentados.
Essas pessoas encontram dificuldades em se recolocar por se acharem muito jovem ou muito idosa, por exemplo. Outros aspectos que contribuem para o desalento são a falta de qualificação para concorrer às vagas ou o fato delas residirem em locais onde não há oportunidades ou de difícil acesso a transporte público para se locomoverem até os centros em busca de emprego.
A observação deste percentual é importante, pois mostra o grau de perspectiva da população frente ao mercado de trabalho.
Brasileiro passou a ganhar menos
O rendimento real habitual do brasileiro caiu 2,5%. Esta retração é vista frente ao trimestre móvel anterior, isto é, encerrado em novembro. Deste modo o que se registrou foi um corte de R$ 211,2 bilhões de reais na conta dos brasileiros. No comparativo com o mesmo trimestre do ano anterior a queda chegou a 7,4%.