
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), mostrar crescimento de 8,6% no número de pessoas trabalhando no trimestre encerrado em julho de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano passado, 80% desses trabalhadores foram para a informalidade.
Desses, mais da metade (53%) estão atividades por conta própria, como camelôs, vendedores de comida de rua ou pequenos empreendedores. Todos sem nenhum registro oficial ou segurança social.
Os dados da Pnad Contínua mostram ainda que o rendimento médio caiu 8,8%, na comparação com o trimestre encerrado em julho do ano passado. Isso representa R$ 242 a menos no fim do mês para os trabalhadores. Em média, segundo a pesquisa, o salário é de R$ 2.508.
“De fato, a informalidade cresceu muito durante a pandemia principalmente por conta dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Esse grupo está maior que antes da pandemia”, afirma Daniel Duque, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O resultado desse cenário é a redução da renda desses trabalhadores, afirma o economista.
“Não há qualquer tipo de segurança, benefício ou seguridade. Então, temos um número muito grande de trabalhadores com uma incerteza no mercado de trabalho”, diz.
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Além disso, há também dificuldade de acesso ao crédito ou mesmo conta corrente e cartão de crédito. No fim das contas, consomem menos o que ganham porque não têm segurança.
“Uma série de impactos negativos, que provoca uma melhora aquém do necessário principalmente no que diz respeito ao consumo das famílias”, afirma Duque.
O desemprego recuou no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE. A taxa de desocupação ficou em 13,7% no período, um pouco menor que o registrado nos mesmos meses do ano passado, de 13,8%.
No total, são 14,1 milhões de desempregados e 31,7 milhões de subutilizados no mercado de trabalho.
Com informações do G1