
Com Henrique Rodrigues
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), órgão público que tem a missão de resguardar a segurança do chefe de Estado brasileiro, está organizando os trios elétricos que vão à Avenida Paulista, em São Paulo, para os atos golpistas convocados por Jair Bolsonaro (sem partido) para o Dia da Independência.
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Chefiado pelo general Augusto Heleno, um dos mais fiéis e submissos ministros de Bolsonaro, o GSI presta-se a um papel de promotor de eventos ao ficar incumbido de controlar os caminhões de som que farão parte de uma manifestação de cunho político e natureza privada, uma vez que o ato de apoio ao autoritarismo do presidente em São Paulo é organizado por Tomé Abduch, empresário e líder do movimento ultrarreacionário Nas Ruas.
O caso é apenas mais um de aparelhamento político absoluto instaurado por Jair Bolsonaro nos órgãos públicos federais, atualmente utilizados para satisfazer todo tipo de demanda pessoal do presidente. O uso de aviões e helicópteros da FAB por ele e pelos filhos para atividades meramente de lazer, assim como os gigantescos contingentes militares e policiais de que faz uso nos seus improdutivos e caríssimos passeios de moto semanais são outros exemplos do uso de dinheiro e servidores públicos para agendas particulares do líder radical.
A desculpa dada oficialmente pelo GSI para engajar-se como organizador de festejos golpistas na capital paulista é a de que a presença do presidente exige cuidados com sua segurança e que, por isso, os trios elétricos estão sendo organizados pelo órgão.
Lideranças de 26 países alertam para ameaça à democracia brasileira
Ex-presidentes e parlamentares de 26 países assinaram uma carta alertando para os riscos de uma “insurreição” nos atos golpistas de 7 de setembro convocados pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido). Para essas lideranças, as manifestações “colocam em risco a democracia no Brasil”.
Entre os nomes pesos-pesados que referendam o documento estão o ex-presidente de governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero, os ex-presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, Ernesto Samper, da Colômbia, Rafael Correa, do Equador e o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, Oscar Laborde, além de figuras como os intelectuais Noam Chomsky e Cornel West, dos Estados Unidos, e o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, da Argentina.