por redação Socialismo Criativo em 11/10/2018.
O Ministério do Turismo aposta nas exposições cinematográficas para colocar cidades no mapa de destino turísticos.
Sabe-se que entre os maiores promotores turísticos da cidade de Nova York, por exemplo, estão os filmes por lá rodados. Pode-se dizer que NY é uma cidade-cenário, presente em incontáveis filmes, como “Embalos de sábado à noite” (dir.: John Badham, 1977), “Faça a coisa certa” (dir.: Spike Lee, 1989) e “Ghost – Do outro lado da vida” (dir.: Jerry Zucker, 1990). Acrescentemos à lista um dos nomes de maior referência: o diretor Wood Allen, que preencheu nossos imaginários com ambientações nova-iorquinas e que, entre tantas boas produções, estampou a ponteQueensboro Bridge no filme“Manhattan” (1979).
No filme “Manhattan”, Woody Allen mostra aquela se tornou uma das mais expressivas cidades-cenários: Nova York.
Outro lugar em que as locações viraram marcas no cinema é a Nova Zelândia e seu cenário espetacular onde foram gravadas cenas de “Senhor dos Anéis”, trilogia dirigida por Peter Jackson, lançada no início dos anos 2000. Roma e Nápoles, na Itália, também tiveram uma grande contribuição do cinema para desenvolvimento de seu fluxo turístico. Em boa hora, portanto, o Ministério do Turismo do Brasil debaterá como as produções audiovisuais contribuem para a promoção de destinos brasileiros dentro e fora do país.

O Talentoso Mr. Ripley (1999), do diretor Anthony Minghella, teve cenas rodadas em Napoles, na Italia. Foto Pixabay.
Brasil: país-cenário
Imagens do sertão brasileiro,de praias, de vegetação tropical, de cidades históricas no Brasil: seja em clipes musicais, em longas-metragens ou em novelas, as produções audiovisuais despertama curiosidade para conhecermos novos lugares, destinos que podem entrar na rota do próximo passeio de férias. Por esse potencial promocional, o MTur lançou, no final de setembro deste ano,oGrupo Temático de Promoção do Turismo Cinematográfico no Brasil e no Mundo, que será formado por representantes de órgão governamentais – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) – e por instituições ligadas ao turismo e àprodução audiovisual.

Vanessa Mendonça, do MTur, anunciou o Grupo Tematico durante a 46 Abav Expo Internacional, em São Paulo, no dia 2 de setembro. Foto MTur.
A proposta do grupo temático é ampliar as locações do cinema nacional, trabalhando para que entrem no foco dos destinos turísticos tanto cenários já conhecidos como outros novos.Também será desenvolvido trabalhos para atrair produções internacionais para o Brasil, otimizando a divulgação do país lá fora. “O cinema faz parte da nossa cultura. É preciso inovar e unir forças com a economia criativa para dinamizar o turismo e a promoção dos destinos brasileiros com locações de cinema do Brasil e do mundo”, considera a diretora de Marketing e apoio à Comercialização do MTur, Vanessa Mendonça.
Grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, que já têm organização dedicadas a atrair a realização de produções audiovisuais no seu local de atuação, a filmcommission, apontam para resultados positivos sobre locações para curtas, médias e longas-metragens, programas televisivos e filmes publicitários. Na capital paulista, por exemplo, foram mais de três mil locações autorizadas e mais de mil produções em 2017.“Além dos ganhos turísticos com a promoção espontânea do destino, os dados relativos aos últimos dois anos e meio, indicam a geração de 50 mil postos de trabalho e gastos da ordem de um bilhão de reais declarados pelas produtoras”, explicao coordenador da São Paulo FilmComission, Daniel Celli.

Chacrinha, o velho guerreiro (2018), do diretor Andrucha Waddington, foi gravado em Petropolis, RJ. Foto Wanda Corredo – MTur.
No campo das produções independentes para cinema e televisão no país, encontramos a Brasil Audiovisual Independente (Bravi),que representa 650 produtoras das cinco regiões brasileiras, que produziram 200 filmes no ano passado. O segmento, que gera 110 mil empregos, tem o que comemorar com a proposta doMTur.“Essa sinergia do turismo com o cinema é boa para os dois segmentos. Por um lado, a economia criativa do audiovisual e, por outro, a indústria do turismo. Quando uma pessoa identifica um destino pela imagem do cinema ou televisão, ela deseja conhecer o lugar e viajar como turista”, comenta um dos conselheiros da Bravi, João Roni.
O filme Besouro (2009), do João Daniel Tikhomiroff, foi rodado em Igatu, distrito de Andaraí, na Chapada Diamantina, Bahia.