
Movimentação na feira durante edição de 2018. Foto: Arthur Mota / Divulgação
O artesanato, uma das expressões mais populares e democráticas de Pernambuco, transformará a 20ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) em uma grande roda em torno das artes. O evento será realizado entre os dias 3 e 14 de julho no pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda (PE), e é exemplo da vocação pernambucana para trabalhar e empreender. A marca histórica de vinte edições apresenta o potencial da economia criativa de Pernambuco, do Brasil e de 21 países.
Este ano, a Fenearte tem como tema central a ciranda, que representa união, todos e todas juntos e juntas de mãos dadas. Mais do que entrar numa roda, cantar e dançar, cirandar é uma manifestação coletiva. Os homenageados serão o Mestre Baracho, falecido em 1988; Dona Duda; e Lia de Itamaracá, Patrimônio Vivo de Pernambuco. O trio é precursor da ciranda no Estado, que surgiu na Zona da Mata e consolidou-se no Litoral. Uma tradição cultural que reforça a identidade, a memória coletiva e o pertencimento dos pernambucanos.

Lia de Itamaracá é uma das homenageadas do evento. Foto: Divulgação/Facebook Lia de Itamaracá
“A Fenearte chega à sua 20ª edição como um grande exemplo de valorização da nossa cultura e dos nossos artistas. Um evento de resistência da manifestação artística popular, que vem, a cada ano, agregando novos elementos e encantando mais gente. E com a homenagem à Lia de Itamaracá, Dona Duda e ao mestre Baracho, vamos fazer uma grande ciranda em celebração à união de todos e todas. Tenho certeza de que teremos uma Feira ainda mais bela e democrática, reforçando geração de renda e de empregos e a relação do nosso povo com as nossas raízes”, destaca o governador Paulo Câmara (PSB-PE).
A feira receberá cinco mil expositores distribuídos em 800 espaços em uma área de 30 mil m². Com investimento de R$ 5,5 milhões, o evento vai gerar cerca de 2,5 mil vagas de empregos temporários e tem uma expectativa de superar a movimentação financeira de R$ 43 milhões da edição passada. A Fenearte espera atrair mais de 300 mil visitantes e é oportunidade de negócios, informação, conhecimento e muita diversão.
O evento reunirá atividades diversas, como oficinas inéditas de saberes ancestrais, palestras com nomes da cena criativa nacional, salões de arte, desfiles de moda, mostra de decoração, teatro infantil, ações de cidadania, pólos de gastronomia e alimentação artesanal. O destaque fica para a programação artística inteiramente focada na cultura pernambucana e suas práticas tradicionais com a ciranda no centro das celebrações.
Pernambuco ー A produção artesanal do Estado, sempre plural em sua essência, é ressaltada pelos 64 artistas de todas as regiões pernambucanas. Nesta edição, 82 representações de prefeituras locais também marcam presença, além de 300 estandes de expositores pernambucanos. Ao todo, Pernambuco terá 70% de participação no evento.
A Fenearte, juntamente com o Centro de Artesanato de Pernambuco, entre outras iniciativas do Governo do Estado de Pernambuco, é, atualmente, a principal plataforma de geração de negócios do setor e consolida-se como o maior evento da América Latina. A Feira tem como objetivo valorizar e difundir os saberes tradicionais, estimular o potencial de crescimento dos artesãos e artesãs, funcionando como importante elemento estruturador da Cadeia Produtiva do artesanato local.
A Feira tem como objetivo valorizar e difundir os saberes tradicionais, estimular o potencial de crescimento dos artesãos e artesãs, funcionando como importante elemento estruturador da Cadeia Produtiva do artesanato local.
Destaques
Ciranda de Negócios – O Sebrae/PE terá um espaço que ocupa uma área de 540m² para abrigar exposição, rodadas de negócios e loja colaborativa para venda de produtos de 60 artesãos originários de municípios atendidos pela instituição no estado. A entidade contou com a parceria do Governo do Estado e o Marco Pernambucano da Moda para desenvolver as ações dessa edição do evento.
Na Rodada de Negócios estarão presentes 40 lojistas/compradores de várias unidades da Federação: São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Recife, Rio Grande do Norte, Manaus, Santa Catarina e Distrito Federal. Em 2018, as Rodadas de Negócios do Sebrae na Fenearte geraram um total de R$ 4,1 milhões, entre negócios diretos e realizados em até um ano, com 503 encontros entre 54 lojistas e 233 artesãos. Entre os produtos mais procurados, destacaram-se os artesanatos em cerâmica, madeira e xilogravuras. Nesta edição, compradores interessados podem inscrever-se até o dia 3 de julho aqui.
Alameda dos Mestres ー Os 64 artistas pernambucanos reunidos neste área darão as boas-vindas aos visitantes. O local apresenta trabalhos elaborados nas mais variadas técnicas e tipologias. O público poderá vivenciar uma experiência imersiva na expressão da singularidade da cultura material pernambucana, que se concentra em suas raízes e em seu poder transformador.Painéis com imagens de Mestre Baracho, Dona Duda e Lia de Itamaracá ilustram a fachada da cenografia assinada pelo arquiteto Carlos Augusto Lira. O ponto alto são três lustres gigantes e giratórios que fazem alusão ao movimento da ciranda. A sinalização, valorizada com uma comunicação visual mais eficiente, reforça a preocupação com a melhoria da mobilidade do público no evento.
Oficinas gratuitas ー Vão contribuir para preservar a memória e resgatar técnicas tradicionais e serão oportunidade para aprender técnicas seculares, como alfenin e renda de bilro.
Passarela Fenearte ー Reconhecida por apresentar talentos e destacar projetos sociais e marcas genuinamente pernambucanas, o espaço trará 16 desfiles, entre 6 a 13 de julho, sempre às 18h e 19h. Na abertura, o desfile da “Coleção Cirandas” trará as produções de criadores orientados pelo Sebrae-PE e sob a mentoria do mineiro Ronaldo Fraga, um dos principais estilistas no que se refere à moda com DNA do Brasil.

Galeria dos Reciclados na edição de 2018. Foto: Arthur Mota/Divulgação
Salões de Arte Popular Ana Holanda, Arte Popular Religiosa e Galeria dos Reciclados ー Espaços localizados na entrada do evento expõem 190 trabalhos de várias partes do País. O 14º Salão de Arte Popular teve a curadoria do arquiteto e colecionador Carlos Augusto Lira. Para o 3º Salão de Arte Popular Religiosa, Frei Rinaldo Pereira, gestor do Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe), selecionou peças que traduzem a pluralidade de representações religiosas. Já a 12ª Galeria de Reciclados contou com a curadoria do designer Ticiano Arraes, que selecionou criações que contribuem para uma reflexão sobre a sustentabilidade.
Estados e Países ー O Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) mostra a produção artesanal de várias unidades da Federação, além de expositores individuais vindos de todas as regiões brasileiras. O setor internacional contará com a participação de 21 países que ocupam 40 estandes: Argentina, Austrália, Burundi, Egito, Equador, Rússia, Filipinas, Indonésia, Japão, Moçambique, Paquistão, Peru, Portugal, Quênia, República Tcheca, Senegal, Serra Leoa, Somália, Tunísia, Turquia e Uruguai.
Espaço Museu do Homem do Nordeste ー O Museu do Homem do Nordeste (Muhne) celebra 40 anos e apresenta um recorte do rico acervo e apresenta a exposição “Ciranda de Ideias”. Em uma área de 150 m², no mezanino, a instalação museológica exibirá peças de indumentárias que representam os nove estados do Nordeste formando uma ciranda. A iniciativa também marca os 70 anos da Fundação Joaquim Nabuco.

Espaço Janete Costa na edição de 2018 da Fenarte. FotoArthur Mota/Divulgação
Espaço Janete Costa ー Completa 17 anos valorizando o diálogo entre artesanato e design e o seu uso na decoração. Nesta edição, traz uma mostra decorativa com sala de estar, quarto e terraço. Novos designers pernambucanos assinam o mobiliário dos ambientes, entre eles o Coletivo Tuia e o Estúdio Alfaia. Para comemorar, além de apresentar ambientes contemporâneos e cheios de identidade, o lugar receberá uma importante grade de palestra com nomes do design nacional e internacional. Idealizado pelas arquitetas Bete Paes e Roberta Borsoi, o Espaço é inspirado na atuação de Janete Costa. Falecida em 2008, a arquiteta pernambucana e uma das maiores do Brasil, era uma ávida pesquisadora da cultura popular brasileira e sempre buscou o seu reconhecimento. O espaço também receberá o intercâmbio de dois mestres convidados de Minas Gerais. Wagner Trindade, marceneiro e serralheiro que produz luminárias em cobre; e Higino D’Almeida, um dos mais populares escultores de madeira da atualidade, considerado um dos redescobridores do Barroco mineiro.
Palestras ー Abertas ao público entre os dias 4 e 11 de julho, abordarão temas como design, artesanato, sustentabilidade, artes plásticas, curadoria e moda. São gratuitas com duração de 60 minutos e capacidade para 70 pessoas sentadas. Para participar, os visitantes deverão retirar a senha de acesso no local uma hora antes do início. Também haverá o lançamento do livro “Decora” de Maurício Arruda, arquiteto e apresentador do programa do GNT, com uma noite de autógrafos também seguida de palestra.
Boteco Apecerva ー mais de 50 tipos de cervejas pernambucanas de 16 produtores de cervejas artesanais de Pernambuco reunidos no mezanino. A expectativa da Associação Pernambucana de Cervejarias Artesanais (Apecerva) é que sejam vendidos quatro mil litros de cerveja durante o evento.
Programa Chapéu de Palha ー Criado em 1988 pelo Governador Miguel Arraes para enfrentar o problema do desemprego em massa no período de entressafra, a política pública foi institucionalizada em 2007 pelo Governador Eduardo Campos. No Governo Paulo Câmara, o Chapéu de Palha continua sendo prioridade e chega este ano à 13° edição consecutiva desde a sua reedição. De 2015 a 2018, o Chapéu de Palha beneficiou mais de 193 mil famílias, com investimentos em bolsas que ultrapassam R$ 160 milhões.
Indígenas ー A arte produzida pelas comunidades indígenas brasileiras Fulni-ô, Xukuru, Kambiwá, Pankararu, Atikum, Kapinawá (Pernambuco), Pataxó (Bahia) e Kariri-xocó (Alagoas).
Confira a programação completa.
Com informações da Ascom do Governo Estadual de Pernambuco