
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) coleciona pedidos de impeachment que são acompanhados pela Agência Pública. Ao todo, foram enviados 116 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Assinaram esses pedidos de impedimento do chefe do Executivo 1489 pessoas e mais de 500 organizações. São 64 pedidos originais, 7 aditamentos e 45 pedidos duplicados. Até agora, apenas seis pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 110 aguardam análise.
Há pouco mais de dois anos ocupando a Presidência da República, Jair Bolsonaro enfrenta duas crises simultâneas: a sanitária, gerada pela Covid-19 – o Brasil é o terceiro país com maior número de casos no mundo – , e a política, que ganhou novas dimensões desde o início da pandemia.
Nesta quarta-feira (12) o Datafolha divulgou a primeira pesquisa depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou os direitos políticos. O petista lidera a corrida para a Presidência das Eleições 2022 com margem confortável no primeiro turno, venceria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na segunda etapa. Lula alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro.
CPI da Pandemia e ‘Bolsolão’ no encalço de Bolsonaro
No momento, o governo enfrenta um dos maiores desafios até agora: a CPI da Pandemia no Senado Federal. Há ainda um escândalo que ganha volume e está relacionado a um “orçamento secreto” e apelidado de ‘Bolsolão‘. O escândalo comparado a dos ‘Anões do Orçamento’ pode virar uma CPI na Câmara
A postura negacionista de de Bolsonaro tem lhe rendido críticas de líderes e da imprensa internacional. No início de maio, ele foi caracterizado pela revista científica britânica The Lancet, uma das publicações médicas mais conceituadas do mundo, como “a maior ameaça à resposta do Brasil à Covid-19”.
Socialistas destacam erros de Bolsonaro
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), reiteradamente defende o impeachment de Bolsonaro. O parlamentar socialista comentou o resultado da pesquisa Datafolha desta quarta. “A pior aprovação a Bolsonaro desde o início do seu governo”, escreveu.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) também defende o impeachment de Bolsonaro. Dia 22 de abril, o socialista comentou que o presidente mentiu do começo ao fim na Cúpula do Clima. ”Desmantelou sistema de fiscalização ambiental e incentivou a depredação”, escreveu.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) é outro socialista a pedir o impedimento do chefe do Execuivo. No dia 7 de maio ele comentou que a estratégia que Bolsonaro usa para redobrar as declarações polêmicas é fazendo cortina de fumaça. E completou que os erros que o presidente cometeu na gestão da pandemia, causaram milhares de mortes.
O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP), no dia 29 de abril fez um discurso no plenário da Câmara contra os desmandos do governo. “O desgoverno de Bolsonaro promoveu um verdadeiro assassinato em massa”, acusou.
Pedidos de impeachment assinado pelos socialistas
O Partido Socialista do Brasil (PSB) já protocolou sete pedidos de impeachment de Bolsonaro desde 2020. No primeiro deles, os socialistas apontaram 11 crimes de responsabilidade cometidos pelo chefe do Executivo. Entre esses crimes estão aqueles denunciados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro; contra a democracia e as instituições; e relacionados à pandemia do coronavírus. Também fundamenta como o presidente nunca portou-se à altura do cargo.
O pedido é assinado pelos deputados socialistas Alessandro Molon (RJ), Aliel Machado (PR), Bira do Pindaré (MA), Camilo Capiberibe (AP), Danilo Cabral (PE), Denis Bezerra (CE), Elias Vaz (GO), Gervásio Maia (PB), Gonzaga Patriota (PE), Júlio Delgado (MG), Lídice Da Mata (BA), Luciano Ducci (PR), Marcelo Nilo (BA), Rafael Motta (RN), Tadeu Alencar (PE), Vilson da Fetaemg (MG).
Nesta manhã de terça-feria (13), o PSB, juntamente com os demais partidos de Oposição, comunicou que planeja encaminhar um “superpedido” de impeachment contra o presidente. A decisão foi tomada no Fórum de Partidos de Oposição, realizado de forma virtual.
A ideia é reunir todos os parlamentares de diferentes partidos no Congresso que já protocolaram pedidos para o afastamento de Bolsonaro e unificar as propostas.
Com informações da Agência Pública