Cadeia da economia criativa inclui mais de 2 mi de empresas e movimenta R$ 735 bi no Brasil. Mas o que é preciso para fazer parte desses números?
O inventor da lâmpada Thomas Edison, um dos mais célebres inventores dos últimos séculos, alcançou esse posto também por suas frases memoráveis e inspiradoras, além das próprias criações geniais. Entre as frases, podemos destacar que “a genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração”.
Ela responde bem àquelas demonstrações de espanto que costumamos expressar quando nos deparamos com uma novidade que consideramos criativa: “Mas como eu não pensei nisso antes? Era tão óbvio”. Certamente, seguindo a lógica de Edison, porque muitas vezes nos apegamos somente ao 1% de inspiração.
Há apenas alguns anos, quem daria ouvidos a alguém que decidisse produzir e vender pela internet chaleiras esmaltadas decoradas – como aquelas usadas por nossas bisavós para fazer o café – ou pantufas no formato dos tradicionais sapatos femininos holandeses, para citar apenas dois exemplos?
No entanto, houve quem soubesse somar inspiração à transpiração para transforar essas e outras milhares de ideias em negócios bem sucedidos. E hoje temos o empreendedorismo ou economia criativa. Essa modalidade de empreendimento geralmente é associada à inventividade, inteligência e talento para criar algo genial e revolucionário. Mas será mesmo?
Não necessariamente. O importante quando se busca empreender de forma criativa é procurar quebrar os padrões convencionais, fugir dos modelos prontos e formulados, procurando soluções alternativas, diferentes do que já existe. Recorrendo ao dito popular, é “pensar fora da caixinha”.
Capital intelectual
Mas o que é, então, empreendedorismo criativo? De acordo com o autor inglês John Howkins no livro “The Creative Economy” (A Economia Criativa, em tradução livre), publicado em 2001, é o exercício da imaginação e exploração do seu valor econômico pelo empreendedor. Ou seja, o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual são a matéria-prima para a criação, produção e distribuição de bens e serviços.
As definições podem variar, mas não há fórmula mágica que fuja dos 99% de transpiração sobre a ideia criativa. Conforme os especialistas, o empreendedor criativo também precisa analisar o mercado, identificar oportunidades, definir o produto ou serviço, estabelecer metas, segmentar e posicionar seu produto, além de definir estratégias de venda.
Criatividade no mercado
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), especialista em pequenos negócios, o Brasil está entre os grandes produtores mundiais de criatividade. De acordo com levantamento feito pela instituição, a cadeia da indústria criativa, que inclui atividades relacionadas e de apoio, movimenta mais de 2 milhões de empresas no País.
“Com base na massa salarial gerada por essas empresas, estima-se que o núcleo criativo gera um Produto Interno Bruto (PIB) equivalente a R$ 110 bilhões, ou 2,7% do total produzido no país. A cifra chega a R$ 735 bilhões, se considerada a produção de toda a cadeia, equivalendo a 18% do PIB nacional”, informa o site do Sebrae.
Para quem deseja entender melhor esse mercado, o Sebrae disponibiliza gratuitamente o “Guia do empreendedor criativo”, no qual é possível conhecer o panorama da cadeia da indústria criativa e as iniciativas que fazem do setor da economia criativa, além dos comportamentos empreendedores que trazem sucesso para empresas do setor.