por Melissa Lulio em 07/08/2018.
A Consumidor Moderno teve acesso a pontos exclusivos da 2018 Global Consumer Executive Top of Mind Survey da KPMG e traz insights inéditos.
Em pleno ano de 2018, em um momento em que a maior parte dos consumidores tem smartphones e sabe lidar com eles, é essencial que as empresas pensem em transformação digital como um elemento estratégico. Contudo, nem todas elas estão abertas para essa perspectiva. Essa é uma das conclusões da 2018 Global Consumer Executive Top of Mind Survey desenvolvida pela KPMG.
Entre outros diversos pontos, a pesquisa avalia os desafios e entraves enfrentados pelas companhias que, no Brasil, desejam empreender a transformação digital. Ao analisar esse ponto, fica evidente que o País ainda está engatinhando: o restante dos principais mercados globais está em um patamar um pouco mais maduro e, para Paulo Ferezin, sócio-diretor e líder para o Setor de Varejo da KPMG no Brasil, o que justifica essa situação são os desafios enfrentados nos últimos quatro anos.
Como o executivo observa, as empresas que atuam no País estão mais atentas à própria geração de receita do que com uma visão de negócio de longo e médio prazos. “Não existe uma estratégia, mas ações isoladas e até mesmo desconectadas”, comenta. O primeiro passo essencial, porém, é justamente a inclusão da questão transformação digital na estratégia de futuro da empresa.
Liderança
Por outro lado, Ferezin observa que o ambiente e as necessidades criadas no mundo digital são novas. De maneira geral, o nível de conhecimento sobre o tema é baixo, inclusive entre os líderes das empresas. E isso cria um ambiente desfavorável para a transformação digital. Ou seja, faltam líderes digitais nas empresas tradicionais e os novos modelos de negócio já nascem inovadores justamente porque nascem com essa cultura no DNA.
Desafios da transformação digital
Como mostram as tabelas, o Brasil está alinhado com os outros países quando o assunto é a restrição de orçamento. E, depois de quatro anos preocupadas com a sobrevivência do negócio, com receita decrescente e aumento nas despesas, essa é uma consequência natural entre as empresas. Mas, como reforça Ferezin, essas dificuldades sempre vão existir e não podem impedir a inclusão da transformação digital na estratégia da empresa.
Equilibrando prioridades estratégicas
A pesquisa da KPMG mostra que o foco em eficiência operacional gera aumento de receita. Porém, para as empresas brasileiras, o crescimento da receita é prioridade para os próximos dois anos.
Um olho no futuro, outro no presente
Apesar das dificuldades logísticas em um País continental como o Brasil, precário em malha viária/infraestrutura com praticamente único modal de distribuição (rodoviário) e complexidade tributária, Ferezin destaca que distribuição, atendimento e capacidade de previsão de demanda de produtos são pontos em que a pesquisa demonstra que o Brasil está à frente de outros países. “Há muito tempo as empresas se preocupam com questões de abastecimento e estoques, porque é uma necessidade real diante dos desafios que o País impõe”, explica.